Nos meses de março e abril, moradores da Zona Sul de Porto Alegre expressaram, através de vários protestos e reuniões, o seu descontentamento com a insegurança pública. A preocupação com o aumento da criminalidade está motivando a organização de entidades e a reações de moradores de vários bairros.
Assassinatos impulsionam manifestações pedindo paz e justiça
Centenas de pessoas se reuniram para pedir paz e justiça nos bairros Cavalhada e Tristeza durante as primeiras semanas de abril. As caminhadas, realizadas após assassinatos em ambas as regiões, visavam chamar a atenção dos órgãos de segurança para o medo constante da população.
No bairro Tristeza, uma manifestação com mais de 200 pessoas pedia mais policiamento ostensivo nas ruas para reduzir a criminalidade. Os manifestantes fizeram caminhada pelas ruas Dr. Pereira Neto, Santa Vitória, Dr. Mário Totta e pela Avenida Wenceslau Escobar, alguns dias após um caso de um assassinato ocorrido na região.
Na mesma semana, os moradores da Cavalhada se reunirem a amigos e familiares de um jovem de 16 anos, assassinado no dia 18 de março, para realizar A Caminhada pela Paz durante a noite pelas ruas do bairro.
Protesto também em frente à residência do governador
E, na tarde de 10 de abril, foi a vez de dezenas de moradores da Zona Sul protestarem contra a precariedade da segurança pública em frente ao prédio onde mora o governador José Ivo Sartori, no bairro Cristal. Além de faixas, o grupo utilizou um balão inflável para chamar a atenção para a insegurança pública. Antes, os participantes percorreram cerca de 3 km (com veículos, bicicleta ou a pé), desde o bairro Tristeza, para tentar falar com o governador, que, apesar dos pedidos, não desceu de seu apartamento para conversar com os manifestantes.
Até igreja foi assaltada na Zona Sul
A noite de 7 de abril foi tensa no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Ipanema. Aproximadamente 20 fiéis e o padre tiveram os pertences roubados por dois indivíduos durante encontro do grupo de orações e ficaram presos em uma sala até os criminosos fugirem.
Entidades e comunidades buscam alternativas para segurança
Diante da insegurança atual, a comunidade se une como pode para encontrar alternativas que ofereçam ao cidadão um pouco mais de tranquilidade. Em março, a Associação dos Moradores do Bairro Ipanema (AMBI) realizou reunião para dialogar com vizinhos e empresários da região sobre um projeto para instalação de câmeras de videomonitoramento no bairro, iniciando diálogo com os representantes dos órgãos de segurança sobre a possibilidade de implantação de um projeto deste tipo. No mesmo mês, a Associação Ipanema Eu Moro Eu Cuido também fez reunião para tratar de segurança, discutindo, entre outras coisas, a utilização do wattsapp como forma de consolidar uma rede de informações dos vizinhos e facilitar que a informação seja repassada à polícia.
Paralelamente a reuniões como estas, que buscam novas alternativas para a segurança, também são realizadas reuniões que envolvem a educação, com os Conselhos Escolares, que buscam alternativas para melhorar as condições nas unidades de ensino. Por exemplo, em março, na Escola Estadual Professores Langendonck, no bairro Guarujá, quando os novos representantes promoveram a primeira reunião, já pensando no que pode ser melhorado.