Os meses de setembro, outubro e novembro foram complicados para uma parte da população do bairro Guarujá que vive em ruas que estão quase no mesmo nível do Guaíba. Com as chuvas acima da média, agravadas por efeitos de ciclones e temporais que atingiram o estado, o Guaíba recebeu muita água que veio dos seus rios formadores (Jacuí, Caí, Gravataí e dos Sinos) e também dos altos índices de precipitações pluviométricas. A consequência foram ruas, terrenos e casas inundadas por semanas.
Depois que os efeitos do ciclone foram passando e o nível do Guaíba começou a baixar, as áreas ribeirinhas do bairro Guarujá foram logo voltando ao normal, com exceção das partes mais baixas das ruas Jacipuia e Oiampi e um trecho da Avenida Guaíba, que permaneceram mais tempo alagadas. Os pátios, as ruas e as calçadas ficaram alagadas por muito tempo, com uma mistura de lodo e mau cheiro que impedia, em muitos casos, até a saída das casas.
As enchentes nas ruas mais próximas ao Guaíba já aconteceram em outros anos, em enchentes históricas de décadas anteriores, mas, desta vez, foi muito longa nesta parte da região.
A comunidade solicitou o atendimento do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), que necessitou aguardar o recuo das águas para poder agir com mais assertividade. Até que os técnicos do Dmae engenheiro Paulo Quintana, engenheiro Marcelo Demoliner, a técnica Carla Gasparini e a diretora de operações da manutenção das redes Isabel Leon Costa pudessem, no mês de janeiro, ir ao encontro dos moradores para a troca de ideias. Por parte do Dmae, foi explicado que a limpeza da rede pluvial não poderia ter sido feita enquanto o nível do Guaíba estivesse acima do nível das ruas e, no momento em que isto aconteceu, a desobstrução dos bueiros e encanamentos começou. E muita terra e entulhos foram retirados.
Quanto ao esgoto cloacal, o mesmo é bombeado pela estação de bombeamento que está localizada nas proximidades, na Avenida Orleães. Mas também foi registrado por um dos técnicos que acontece o acúmulo de detritos no material que chega a esta casa de bombas, e isto pode levar ao colapso das bombas. Durante esta vistoria técnica, os moradores pediram mais atenção da Prefeitura para esta parte baixa do bairro, com limpezas mais frequentes dos bueiros, pois estes acumulam terra que vem da parte mais alta. Solicitaram ainda elevação do nível das ruas que estão muito baixas em relação ao Guaíba. Quanto a este pedido de elevação do nível das vias, foi informado aos moradores que devem reivindicar esta demanda à Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (SMOI), para que, inicialmente, seja realizado um estudo de viabilidade técnica desta possibilidade.