Manifestação marcada para as 10h deste domingo (10 de novembro) acontece um ano após paralisação judicial de projeto de empreendimento
Pouco mais de um ano após o início das manifestações em defesa da mata nativa e dos animais que habitam área verde de 12 hectares entre os bairros Ipanema e Espírito Santo, moradores da Zona Sul de Porto Alegre voltam a se manifestar nas imediações do calçadão. Desta vez, a atividade realizada pelo movimento Preserva Zona Sul está prevista para acontecer na manhã de 10 de novembro (domingo), às 10h, na Avenida Guaíba, em frente à área que corre o risco de ser desmatada (localizada entre o Clube do Professor Gaúcho e a Rua dos Tabajaras). A ação, que deve acontecer mesmo em caso de chuva, será um abraço simbólico à mata, assim como aconteceu duas vezes em 2018, quando a comunidade começou a se mobilizar contra a execução do empreendimento que prevê a construção de prédios de até dez andares na região da orla do Guaíba. Atualmente, o destino da área está em análise na Justiça, após entidades ambientais e da região acionarem o Ministério Público, que apresentou representação que está sendo avaliada pela 10ª Vara da Fazenda Público desde novembro de 2018.
Vinte anos depois, prossegue a polêmica sobre empreendimento que prevê construção de prédios de até dez andares
No ano 2000, após forte pressão popular (amplamente noticiada por O Jornalecão e, posteriormente, por outros jornais de Porto Alegre), o MP entrou com ação na Justiça para suspender a tramitação do projeto do empreendimento, que estava em fase de aprovação junto ao Município e previa a construção de casas e de 16 prédios de dez andares, além da canalização de parte do Arroio Espírito Santo e a preservação de, aproximadamente, 20% da área.
O MP, então, acolheu o pedido de milhares de pessoas, que solicitavam que a área de mais de 12 hectares fosse preservada. A mobilização teve início por meio de abaixo-assinado promovido, inicialmente, pelo movimento União pela Vida (depois, com adesão de outras entidades e grupos, foi formado o movimento SOS Arroio Espírito Santo). Uma das alegações do movimento era de que a propriedade faria parte da mata atlântica, com espécies vegetais e animais que já naquela época (ano 2000) corriam risco de extinção. Entre as preocupações de milhares que assinaram o pedido, já estavam as possíveis alterações no microclima da região, desalojamento de espécies de animais e retirada de árvores nas áreas onde seriam construídos os prédios e casas e as ruas internas. Outra grande preocupação da comunidade, desde aquela época, é com a preservação do Arroio Espírito Santo na parte que ainda não está canalizada atualmente.