Boatos deixaram população preocupada,
mas possibilidade foi descartada em reunião
Em reunião do Conselho Local de Saúde (CLS) realizada no dia 19 de maio, na Escola Professores Langendonck, a pauta tratou exclusivamente da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Guarujá, que atende também moradores dos bairros Espírito Santo e Serraria. O encontro contou ainda com a presença de dezenas de pessoas, entre as quais, representantes do Gabinete do Vice-Prefeito, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e do Centro Administrativo Regional (CAR-Sul). Além de moradores interessados, também participou do encontro Yolanda Dalmás, que veio do Litoral para contar um pouco da história que levou à implantação do posto no local, envolvendo a Associação dos Moradores do Bairro Guarujá – AMBG (que conquistou a verba para a obra no Orçamento Participativo e era presidida, em 1999, por seu esposo Nelson Dalmás) e a Sociedade Amigos de Guarujá – SAG (que fez a doação do terreno e na época era presidida por Adão José Pereira). Yolanda lembrou que, para aceitarem doar a área, os associados da SAG exigiram que o local fosse destinado exclusivamente para sediar um posto de saúde e um módulo de assistência social. Já o jornalista Gustavo Cruz da Silveira, editor de O Jornalecão, disponibilizou 14 reportagens publicadas pelo jornal entre 1999 e 2003, nas quais estão retratadas todas as etapas do processo, incluindo doação, assembleias da SAG para este fim, acompanhamento das obras e inauguração da UBS Guarujá.
Local poderá receber uma farmácia distrital no futuro
Diante da polêmica e das opiniões divergentes, ao final do encontro representantes do Município se comprometeram a verificar a melhor solução para efetivar a doação do terreno há Prefeitura, que deveria ter sido realizada há 17 anos, antes do início da obra. Também foi apresentado pelo CLS um abaixo-assinado com moção de repúdio contra a possibilidade de ocupação, por parte de qualquer entidade, de um prédio localizado nos fundos da UBS Guarujá. A proposta é que, após resolvida a situação da propriedade do terreno, seja demandada para o local a criação de uma farmácia distrital (para distribuição de medicamentos a moradores de 10 bairros da região), que faria distribuição de remédios para moradores de dez bairros. Há inclusive verba no Orçamento Participativo (OP), demandada pela Associação dos Moradores do Bairro Espírito Santo (Ambes), para reformas no posto de saúde, que poderiam ser utilizadas na farmácia.
Boato sobre fechamento mobilizou comunidade
A possibilidade de fechamento da UBS Guarujá se tornou boato forte nos últimos meses, com versões diferentes, todas dando conta do fechamento do posto de saúde. Uma das participantes chegou a dizer, a reportagem de O Jornalecão, que estava no encontro porque ouviu dizer que o posto seria fechado para receber, no futuro, um residencial geriátrico.
A origem desta preocupação teve origem em 1999, quando a Prefeitura recebeu o terreno como doação da SAG – Sociedade Amigos de Guarujá, a fim de sediar no local um posto de saúde e um módulo de assistência social. Em 2003, quando o posto de saúde foi inaugurado, a doação não havia sido formalizada, por alguma razão não determinada, provavelmente falta de algum documento (no ano anterior, técnicos da SMS já haviam alertado para o problema). Mas, até hoje, a doação nunca foi formalizada. Porém, em 2013, houve uma tentativa de se cobrar IPTU da SAG, que já estaria extinta, mas no papel ainda era proprietária da área. Sem uma solução naquele momento e com dívidas até então desconhecidas, a SAG foi “refundada” e, no mesmo ano, um processo judicial teve início.
SAG diz que nunca quis fechar o posto
Segundo o vice-presidente da SAG, José Paulo de Oliveira Barros, a entidade vem, desde sua reativação, tentando, junto à Prefeitura, a perfectibilização jurídica da transferência do imóvel. Ao mesmo tempo, solicita a ocupação do prédio desativado para utilizá-lo, temporariamente, como sede da SAG e de outras entidades, além do desenvolvimento de projetos sociais. Barros destacou ainda que a SAG nunca teve a intenção de “fechar” o posto, mas somente ocupar a parte dos fundos, que está ociosa há cinco anos.