A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou nesta quinta-feira, 11, três casos de vírus da raiva em morcegos. Os animais foram coletados pela Equipe de Vigilância de Antropozoonoses (Evantropo) da SMS nos bairros Cristal, Cidade Baixa e Guarujá. Neste ano, outros 25 espécimes foram capturados, com resultados negativos.
O morcego é um reservatório natural da raiva. Por isso, o contato com animais de estimação ou humanos é considerado um acidente grave. Para proteger o animal doméstico da raiva, o tutor do pet deve vacinar cães e gatos contra a raiva anualmente. A carteira de vacinação do animal deve ser verificada.
Em 2023, a Evantropo coletou 163 morcegos em Porto Alegre: sete com resultado positivo, um índice de 4,9% de positividade, nos bairros Santana, Centro Histórico, Ipanema e Menino Deus.
Doença – A raiva é uma doença transmissível que atinge todos os mamíferos – como cães, gatos, bois, cavalos, morcegos e o homem. Ela é transmitida quando a saliva do animal infectado entra em contato com a pele lesionada ou mucosa, por meio de mordida, arranhão ou lambedura do animal.
O vírus ataca o sistema nervoso central, levando à morte após pouco tempo de evolução. É caracterizada por uma encefalomielite fatal, doença extremamente grave, com letalidade de quase 100%. No Brasil, apenas dois homens sobreviveram à raiva, com sequelas graves.
Saiba mais:
– Caso encontre algum morcego vivo ou morto em situação anormal, por exemplo, caído no chão, pendurado em janelas ou cortinas, por exemplo, o animal não deverá ser tocado. Deve-se ligar para o 156 ou para o setor de Antropozoonoses na DVS (51) 3289-2450 (também com WhatsApp) – para orientações. Se possível, o morcego deve ser capturado sem ser tocado diretamente, utilizando panos, caixas, baldes ou mantendo-o preso em ambiente fechado até que a equipe municipal realize o recolhimento. O serviço de recolhimento é realizado de segunda a sexta-feira, 8h às 17h.
– Acidentes envolvendo contato com morcegos são considerados graves e devem ser notificados imediatamente.
– A notificação de suspeitas ou de acidentes permitirá medidas de prevenção, controle e monitoramento necessárias, seja para a saúde animal ou saúde humana. Serviços veterinários devem notificar suspeitas ou acidentes à Equipe de Vigilância de Antropozoonoses da DVS.
– Pessoas que tiverem acidentes (lambedura de mucosa ou pele não íntegra, arranhadura ou mordida), envolvendo animais mamíferos como cão, gato e morcego, devem procurar atendimento na sua unidade de saúde de referência. O profissional avaliará a situação e, havendo indicação, encaminhará o paciente para aplicação de dose de vacina e/ou soro antirrábico. O soro é administrado no Hospital de Pronto Socorro e a imunoglobulina no Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas. A vacina está disponível nas unidades de saúde Tristeza e Modelo.
Texto: Patrícia Coelho
Edição: Cristiano Vieira