Jornalista Sarah Acosta identificou a proximidade da informação com o leitor como um dos motivos do sucesso do jornal
Quando ainda estudava na Uniritter para se tornar jornalista, a moradora da Zona Sul Sarah Coproscki Acosta decidiu privilegiar a sua realidade local para realizar o Trabalho de Conclusão de Curso de sua graduação “Jornalismo hiperlocal na zona sul de Porto Alegre – uma análise dos critérios de noticiabilidade de O Jornalecão”, orientado pelo professor Felipe Maciel Xavier Diniz. Com base em 23 manchetes retiradas das capas das edições de 2018 e 2019, Sarah fez uma análise que identificou que o critério Proximidade é o fator mais determinante para as matérias publicadas em O Jornalecão, identificando, também, que o jornal é um exemplo de jornalismo hiperlocal, cujo conteúdo circunscreve-se aos interesses locais.
Nascida e criada na Zona Sul, Sarah é filha do saudoso líder comunitário João Francisco Acosta, cujas iniciativas pela comunidade da Ponta Grossa foram inúmeras vezes notícia em O Jornalecão, e é irmã de Paula Fernandes Acosta, que já foi nossa colaboradora. Ou seja, antes de se tonar uma colega de profissão, Sarah já era leitora do jornal há muito tempo e conhece parte da nossa história, que está ligada à própria história de sua família. Em seu trabalho, ela identifica que O Jornalecão, “ao longo de seus 33 anos de existência, conquistou respaldo, conseguiu crescer e mantém a circulação estável dentro da comunidade onde se insere, mesmo em meio à crise dos impressos”, uma realidade que, ao mesmo tempo, nos orgulha, mas que também nos entristece, porque a maioria dos jornais de bairro que dividiam a tarefa de produzir e repercutir as notícias locais não existe mais. Sarah diz, ainda, que “O Jornalecão também acaba por se tornar um refúgio para os moradores se informarem sobre os seus acontecimentos, sem entrar em méritos ideológicos, que, atualmente, são fortes fatores editoriais na mídia convencional e de massa, e assuntos que têm gerado cada vez mais polarização e controvérsia dentro da sociedade”. Para ela, a lógica de O Jornalecão é que não basta cobrar os interesses da comunidade, a própria população deve pleitear seus interesses junto aos governantes, e uma comunidade polarizada não consegue fazer isso de forma ordenada. Em suas conclusões finais, Sarah Acosta destaca que “O Jornalecão opta por adotar também um papel conciliador, como um lembrete à comunidade de que não importa se o governo está nas mãos da esquerda, da direita ou do centro, ainda existem problemas locais para serem corrigidos por estes governantes”. Segundo a mais nova jornalista, a população carece de ler, ouvir e assistir veículos que coloquem os seus problemas em destaque, que deem protagonismo para suas dificuldades, mas que também valorizem seus pontos positivos, captando exatamente o espírito que conduz O Jornalecão desde 1987 e que, hoje, tornou-se nossa linha editorial.
A equipe de O Jornalecão agradece a Sarah Acosta pelo seu interesse em nosso trabalho, pelas palavras tão reconfortantes quanto encorajadoras e pelo olhar atento e curioso que é requisito indispensável no jornalismo e que, com certeza, guiará uma carreira de sucesso! Obrigado e pode contar sempre conosco, colega!