A morte de um bugio por febre amarela ocorrida em Porto Alegre foi confirmada por exame laboratorial na Fiocruz e informada para a Vigilância em Saúde municipal na sexta-feira, 9. O óbito do animal ocorreu em fevereiro, e o primeiro exame para febre amarela, realizado em Porto Alegre, apresentou resultado negativo. Com a contraprova na Fundação Oswaldo Cruz, a doença foi confirmada no primata. O bugio foi encontrado já sem vida em um terreno no bairro Lageado, no Extremo Sul da Capital.
A febre amarela é uma doença viral transmitida por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes que habitam áreas silvestres. É uma doença com alta letalidade, prevenível através de vacina. O homem e os primatas não humanos, como os bugios, são afetados pela doença. Somente os mosquitos transmitem a febre amarela. Os primatas não transmitem o vírus para humanos.
Na sexta-feira, 9, a Secretaria Estadual da Saúde do RS emitiu uma nota informativa com atualização da situação epidemiológica no Estado. De acordo com o documento, a epizootia (morte ou adoecimento na população animal) em bugios sinaliza a circulação do vírus nas matas – ou seja, os bugios funcionam como “sentinelas”, alertando para a necessidade de verificação da situação vacinal da população local, pois há risco de transmissão caso o vetor (mosquito) esteja em circulação na região do óbito.
Porto Alegre já é considerada área de vacinação para febre amarela em todo o seu território. Com a confirmação da doença no bugio, é importante que os moradores da cidade verifiquem a carteira de vacinação e completem o esquema vacinal de acordo com a faixa etária (confirma abaixo).
Ainda na sexta-feira, a Vigilância em Saúde de Porto Alegre emitiu para serviços de saúde um alerta com a confirmação do caso de epizootia. “A intenção do alerta é lembrar aos profissionais de saúde sobre o risco de transmissão viral na cidade”, explica o diretor da Vigilância, Fernando Ritter. “Recomenda-se a revisão de carteira vacinal de todas as pessoas que buscarem os serviços de saúde, especialmente de residentes e pessoas que circulam na região afetada”, diz o documento. Profissionais de saúde devem estar atentos ao quadro clínico inicial de febre amarela, que é caracterizado por início súbito de febre alta, cefaleia intensa (dor de cabeça intensa) e duradoura, inapetência, náuseas e mialgia (dor no corpo).
O Estado não registrava a presença do vírus causador da febre amarela desde 2009. Em janeiro de 2021, foi confirmado um caso no município de Pinhal da Serra, próximo à divisa com Santa Catarina. Desde então, em outros 15 municípios houve confirmação da presença do vírus.
Esquema vacinal
A febre amarela é doença prevenível com vacina. O imunobiológico está à disposição da população pelo SUS. O esquema vacinal varia de acordo com a idade:
Nove meses: uma dose, com reforço aos 4 anos;
Entre 11 e 19 anos: sem comprovação vacinal até os cinco anos, uma dose única. Se vacinado antes dos cinco anos, fazer uma dose de reforço;
Acima dos 20 anos: se vacinado antes dos cinco anos, fazer uma dose de reforço; sem comprovação vacinal, ou que nunca foram vacinados, administrar dose única em pessoas até 60 anos incompletos. Acima dos 60 anos somente com atestado médico.
A vacina em Porto Alegre está disponível em todas as unidades de saúde com salas de vacina. A administração da vacina da febre amarela pode ser concomitante à vacina da influenza (gripe). O intervalo entre a dose da FA e da vacina contra Covid-19 deve ser de no mínimo 14 dias.
Fonte: Prefeitura de Porto Alegre
Texto: Patrícia Coelho
Edição: Gilmar Martins