Crianças indo e voltando da escola e passando sob postes e fios de energia elétrica quase no chão, bastando esticar a mão para tocá-los. Adultos vendo suas casas ameaçadas pela queda de postes que vêm se inclinando cada vez mais. O risco constante de acidentes graves, como o de um vizinho que perdeu um dos rins após acidente enquanto tentava mover os fios.
Esta é a realidade de uma comunidade composta por mais de 250 famílias que residem em área de 6 hectares, localizada na Avenida Juca Batista, 3240, que era de propriedade do falecido Fúlvio Petraco, que doou 3 hectares de suas terras. Os moradores já têm título de propriedade e área delimitada de matrícula, mas há outros 3 hectares de preservação que também estão ocupados, o que dificulta o processo de regularização. O representante da Cooperativa Habitacional Pro Morar, Paulo Marcelo Rocha da Silva, diz que os trâmites pela documentação adequada vêm sendo feitos, mas é tudo demorado.
Enquanto isto, mais ocupantes se instalam na área e mais fios são remendados, formandos um emaranhado perigoso de fios e postes inadequados sendo instalados sem nenhuma segurança.
Vários pedidos de ajuda às autoridades e audiências foram realizadas, protestos e manifestações realizados, mas a obra necessária para a adequação da instalação de postes e da rede elétrica esbarra na regularização fundiária da região.
Enquanto os postes colocados por conta própria pelos moradores ao longo dos anos vão apodrecendo e se inclinando cada vez mais sobre as ruas e casas, com os fios beirando chão, o impasse continua, os moradores da região pedem socorro e a tragédia se anuncia.