Centenas de pessoas são aguardadas para caminhada que objetiva preservação do Arroio Espírito e defende a fauna e a flora em área de 12,9 hectares
Como forma de possibilitar à população demonstrar seu posicionamento favorável à defesa da mata nativa e dos animais que habitam uma área de 12 hectares no bairro Ipanema, na Zona Sul de Porto Alegre, o movimento Preserva Arroio Espírito Santo realiza uma grande manifestação neste domingo (7 de abril), a partir das 16h. Durante caminhada, organizada com apoio de diversas entidades ambientais e comunitárias, além de moradores da região e também de outras áreas de Porto Alegre e de outras cidades, são aguardadas centenas de pessoas para percorrer cerca de 2 quilômetros da Avenida Guaíba, do início do calçadão de Ipanema até a frente da área que a comunidade deseja preservar (atualmente, está prevista a implantação de um loteamento com prédios de até dez andares). Ao final do protesto, um abraço simbólico em frente a área que os participantes desejam preservar encerra a manifestação.
Os organizadores estão convocando toda a população de Porto Alegre e da Região Metropolitana para participar e também levar cartazes, faixas, apitos, instrumentos musicais e, se desejar, ainda se fantasiar em defesa do meio ambiente. A manifestação começa às 16h, mas, uma hora antes, terá início a concentração na esquina da Avenida Guaíba com a Rua Déa Coufal, no início do calçadão de Ipanema. No local, haverá pintura gratuita da logomarca do Movimento Preserva Zona Sul (que reúne diversos movimentos da região). Quem quiser pode levar uma camisa antiga, ideal para este tipo de estampa. No local, os participantes também poderão adquirir adesivos e camisetas do Movimento Preserva Arroio Espírito Santo, além de calendário 2019 com algumas fotos de plantas existentes no local que correm risco de extinção (confeccionado pelo biólogo Paulo Brack), colaborando financeiramente com a causa. Paralelamente, terá continuidade a coleta de assinaturas em prol da defesa da mata nativa e contrária à implantação do loteamento.
Mais informações sobre o Movimento Preserva Espírito Santo em www.facebook.com/PreservaArroioES.
Comunidade se mostra contrária ao projeto há quase 20 anos
A polêmica foi parar novamente na Justiça em 2018 – a primeira vez que o assunto chegou ao Judiciário foi no ano 2000 –, quando teve início na região um movimento pela preservação de mais de 10 hectares de mata nativa, que também é contrário à canalização do Arroio Espírito Santo, o que traria ainda mais prejuízos à fauna e à flora locais e poderia, ainda, aumentar a frequência e o volume dos alagamentos na região. No ano passado, entidades que integram o Movimento Preserva Arroio Espírito Santo solicitaram ao Ministério Público que investigasse o caso, que está, atualmente, na 10ª Vara da Fazenda Pública, que concedeu liminar, em dezembro, impedindo qualquer intervenção da área, pelo menos até que a Justiça possa avaliar a situação.
Além do desalojamento dos animais e da retirada de inúmeras espécies vegetais em caso de implantação do loteamento, os contrários à efetivação do empreendimento estão preocupados com possíveis alterações no microclima da região e o impacto na mobilidade urbana, pois centenas de novos moradores trariam um grande acréscimo ao número de veículos em circulação em vias nas quais, pelo menos por enquanto, não há previsão de duplicação ou de receberem melhorias, como as avenidas Guaíba, Juca Batista e Serraria.