Confira hoje a quinta parte da crônica Corticeira: a árvore da minha vida, de Adília Cruz da Silveira, publicada em O Jornalecão.
A enchente de 2024 alagou várias ruas próximas ao Guaíba. O novo brotinho da corticeira do Parque Guarujá Zeno Simon também ficou coberto pela água durante dois meses.
Quando baixou e foi novamente possível caminhar no calçadão, fui ver o que tinha acontecido na orla. A visão era desoladora: muros e casas tombados, sem portões, portas, janelas ou telhados.
Parecia que havia acontecido uma guerra. As casas estavam abandonadas, sem condições de habitação. A natureza mostrou sua força, rebelada contra o descaso da humanidade para com ela. Talvez, agora, as pessoas tornem-se mais conscientes, pensando no futuro daqueles que virão depois de nós…
E a corticeira?
Ela havia sucumbido. Não resistiu à força das águas, mesmo sendo uma planta nativa de áreas alagadas.
São as suas raízes que gostam da umidade. As suas folhas precisam de ar e sol para que seja possível a realização da fotossíntese, que é fundamental para a sobrevivência das plantas.
E o galhinho que havia sido colocado de molho na água? Também não resistiu…
Assim, as duas possibilidades de recuperação da corticeira falharam.
Sempre que passo por ali, continuo olhando para os restos da antiga árvore tão linda na minha infância, na expectativa quase impossível de que ela reviva como uma fênix.
Quem me vê ali parada olhando no chão os restos de uma árvore fica curioso, e então conto a história da corticeira da minha infância.
Uma destas pessoas que ouviu a minha história teve uma ideia….
Leia na quarta-feira (19/03), às 19h, a sexta parte de Corticeira: a árvore da minha vida.
Texto: Adília Cruz da Silveira
Leia desde o início: Parte 1
