Confira hoje a quarta parte da crônica Corticeira: a árvore da minha vida, de Adília Cruz da Silveira, publicada em O Jornalecão.
A corticeira do Parque Guarujá Zeno Simon tombou e acabou sendo retirada, conforme contei no capítulo anterior. No seu lugar, ficaram apenas vestígios do tronco, junto ao solo.
Algumas vezes passava por ali, parava um pouquinho, tristonha, quase como se fosse o túmulo de um ente querido falecido.
Em um domingo ensolarado de abril, estava caminhando no parque e passei pela Feira de Artesanato do Grupo Arteguá, que expõe bem junto à antiga corticeira. Olhei para os seus restos e tive uma grata surpresa: havia dois galhos nascendo junto ao seu antigo tronco.
Fizemos muito alarde. A Tina, que expõe seus trabalhos na feira, e eu. Logo mostramos para o prefeito do parque, o nosso amigo Ivam Kley.
Um dos galhinhos estava quebrado, e resolvi levá-lo para minha casa e tentar salvá-lo, colocando de molho em um vaso com água, pois sabia que o habitat das corticeiras são as zonas alagadas, como beiras de riachos, rios e açudes. Talvez ele criasse raízes.
Confiava também que o galho que ficou no chão junto à antiga árvore iria desenvolver, e fiquei de olho nos dois brotinhos: o do parque e o do vasinho na minha casa.
Mas algo inesperado aconteceu em maio: a mais devastadora enchente da história do Rio Grande do Sul. O parque ficou alagado por muitos dias. A muda do parque ficou submersa.
Dois meses depois, quando o Guaíba voltou para o seu leito corri para olhar a mudinha da corticeira no parque e…
Leia na terça-feira (17/03), às 19h, a quinta parte de Corticeira: a árvore da minha vida.
Texto: Adília Cruz da Silveira