Confira hoje a terceira parte da crônica Corticeira: a árvore da minha vida, de Adília Cruz da Silveira, publicada em O Jornalecão.
No capítulo anterior, contei que a corticeira do Parque Guarujá Zeno Simon estava definhando e também que uma vizinha amiga observava bem a árvore em seus passeios no calçadão.
Um dia, Tina, a minha vizinha amiga, contou que tinha visto uma colmeia de jataís no interior oco da corticeira. A abelha jataí não tem ferrão, é nativa do Brasil e também produz mel, sendo fundamental para a manutenção dos biomas brasileiros.
Depois disto, Tina tornou-se a protetora das jataís. Estava sempre observando e interferindo quando via alguém maltratando as abelhinhas.
Só que a corticeira já estava idosa. Passou por várias cheias do Guaíba e, cada vez mais, ia caindo para o lado do calçadão e da rua.
Na enchente de 2023, ela acabou tombando sobre o poste e a fiação elétrica. Por isto, infelizmente, precisou ser retirada após a sua morte ter sido constatada.
Tina passou por ali e, inconformada, pediu ao pessoal que realizava a retirada para que não prejudicasse a colmeia de jataís e deixasse a parte do tronco em que estavam, pois ela iria protegê-las.
Seu pedido foi atendido. A parte com a colmeia ficou sobre o banco do parque, enquanto ela buscava um carrinho de mão para transportá-las.
Tina cobriu a colmeia com um pano escuro para que as abelhinhas não se assustassem e se perdessem no caminho e, depois, as acomodou em uma árvore saudável próxima a sua casa, que ficou sendo a nova moradia da colmeia.
Assim, a corticeira da minha infância desapareceu.
Mas…
Leia na segunda-feira (17/03), às 19h, a quarta parte de Corticeira: a árvore da minha vida.
Texto: Adília Cruz da Silveira
Clique aqui e leia a Parte 4.
