Copacabana: este é o nome do meu eterno restaurante, que faz parte da história de Porto Alegre desde 1939, que comecei a frequentar na infância e pretendo seguir até a terceira idade! Restaurante em que meu avô foi um dos primeiros frequentadores e, em seguida, toda a família! Iniciei minha saga no Copacabana saboreando aqueles deliciosos pratos salgados e sobremesas preenchidos com especiarias da cozinha italiana. O ambiente “Copa”, como é carinhosamente chamado, era uma perfeita cantina italiana com diversos retratos de celebridades que passavam por lá. Maravilhei-me ao saber que, no Copacabana, foi composto o hino do Grêmio, por Lupicínio Rodrigues, em um pedaço de guardanapo! Esse acontecimento foi registrado e seu retrato estava em um local especial. Também tinha um retrato do ator Lima Duarte, o famoso Zeca Diabo do seriado Bem Amado e o Sinhozinho Malta de Roque Santeiro. Não posso esquecer-me do nosso querido comentarista e gremista Paulo Santana, que quase se tornou um morador do Copacabana!
O restaurante Copacabana vivia sempre movimentado e com diversas confraternizações, em especial nos domingos e dias especiais, como das mães e dos pais. Tinha uma lista de espera e minha família ficava aguardando, até que nos chamassem no hall de entrada, observando os lindos retratos e, em especial, a pintura da família italiana, que era a principal característica do restaurante. Um lindo dia de semana, estávamos visitando minha avó e logo tínhamos que voltar ao município de Ijuí. Estava anoitecendo e não pudemos iniciar a viagem sem dar um pulinho no Copacabana para jantar. Recebemos um atendimento “VIP”, até com pão italiano recém saído do forno! Minha irmã pequena até conseguiu escapar para a cozinha e ver o cozinheiro, com seu chapéu gigantesco, preparando nossos pratos. Quando nos deparamos, lá veio ela no colo do cozinheiro, toda feliz e sorridente!
Passado o tempo, me casei e meu marido também passou a ser um assíduo frequentador. Como moramos no bairro Ipanema, passamos a chamar por tele-entrega todos os sábados. Já faz 12 anos e nunca deixamos de pedir nosso tagliatelle gratinado ao molho vermelho, a deliciosa porção de polenta frita, o saborosíssimo filé ao molho madeira e, de sobremesa, o mousse de chocolate.
Enfim, hoje o restaurante Copacabana não se encontra mais no bairro Cidade Baixa e na famosa esquina da Praça Garibaldi, seu local tradicional. Entretanto, sobrevive aos tempos de pandemia e, como somos muitos unidos, ele veio até mim! Pois é, está com uma pequena sede de tele-entrega no bairro Ipanema, bem pertinho de minha casa! E tenho a esperança que, futuramente, possam construir um prédio no mesmo local do antigo restaurante Bologna, bem pertinho do calçadão de Ipanema! Isso que é um amor eterno!
Este artigo faz parte do livro Um mapa afetivo sobre a cidade: nossos cronotopos em Porto Alegre, desenvolvido durante a disciplina de Comunicação em Museus 2020/2