Os porto-alegrenses ficaram preocupados com a qualidade da água que chega às nossas torneiras depois que a revista Exame publicou (em 17 de abril) uma reportagem afirmando que dados do Ministério da Saúde indicam que uma em cada quatro cidades do Brasil está com água contaminada por “coquetel” de agrotóxicos, incluindo a capital gaúcha, Diante da repercussão negativa, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) emitiu uma nota para esclarecer que a água distribuída em Porto Alegre é segura para consumo humano, atendendo ao padrão brasileiro de controle de qualidade, de acordo com os critérios de potabilidade definidos por lei.
Segundo o Dmae, a própria reportagem da revista ressalva que a água de Porto Alegre é segura para consumo humano, porque não foi detectada a presença de nenhum agrotóxico em níveis acima dos limites brasileiros ou europeus. O Dmae também explica que, para entender os resultados dos dados apresentados, é necessário observar os conceitos de Limite de Detecção (LD), que é quando a menor quantidade de analito na amostra pode ser detectada, mas não necessariamente quantificada, e o conceito de Limite de Quantificação (LQ), que é quando a menor quantidade do analito na amostra pode ser quantitativamente determinada com precisão e exatidão. Por isso, nos dados levantados pela reportagem junto ao Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), foi considerado apenas o Limite de Detecção, que geralmente está abaixo da curva do método. Portanto, para analisar os respectivos agrotóxicos, é necessário analisar os dois conceitos – incluindo também o Limite de Quantificação.
Por fim, o Dmae conclui a nota dizendo que todos os limites de quantificação são mais baixos do que os valores máximos permitidos. Ou seja, mesmo na hipótese de resultados quantificáveis a partir das metodologias disponíveis atualmente, as amostras da capital gaúcha atenderiam ao padrão de potabilidade definido pelo Ministério da Saúde.