Pesquisa busca saber como o Porto-alegrense lida com os agrotóxicos para criar plano municipal sobre o tema
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasileiro consome o equivalente a cinco litros de veneno por ano, ocupando, desde 2008, o primeiro lugar no ranking mundial do consumo de agrotóxicos. Por isso, a exposição humana a estes tipos de produtos químicos representa um sério problema de saúde pública, já que, segundo o Ministério da Saúde, os agrotóxicos estão entre as maiores causas de intoxicação no País.
No entanto, o assunto é sempre polêmico, porque diz respeito a outras áreas da esfera pública que vão além da saúde, envolvendo questões agrárias, latifundiárias, comerciais, entre outras, tornando qualquer intervenção difícil de ser implantada, devido ao caráter interinstitucional do problema. Tramita no Senado, por exemplo, desde 2015, um projeto de lei que quer abolir o termo “agrotóxico” e substitui-lo pela palavra “fitossanitário”, sob a alegação de que a mudança facilitará a comercialização de produtos brasileiros no exterior.
Para saber como o porto-alegrense lida a respeito dos agrotóxicos no cotidiano doméstico e de trabalho, está sendo realizada uma consulta pública que visa coletar dados que ajudem a construir o Plano Municipal de Vigilância de Populações Expostas a Agrotóxicos. A pesquisa, com formulário de 21 perguntas, fica disponível até dia 31 de dezembro na internet, no link bit.ly/cgvsconsulta.
A partir dos resultados, serão sugeridos encaminhamentos para a consolidação do Plano Municipal de Vigilância de Populações Expostas a Agrotóxicos, num processo que também prevê a realização de uma audiência pública na Capital.