Comunidade se une contra mudança na gestão da Reserva Biológica do Lami

Em encontro para manifestar descontentamento com transferência repentina de servidores, população local realiza abraço simbólico na reserva e marca novo encontro no domingo, 23

Dezenas de pessoas, entre moradores da região, grupos de defesa do ambiente e políticos, se reuniram na manhã de quarta, dia 19 de agosto, na frente da Unidade de Conservação (UC) Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger, na Estrada Otaviano José Pinto, s/n, no Extremo-Sul de Porto Alegre. O Motivo foi protestar contra as mudanças que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAMS), sem qualquer tipo de consulta ou explicação nem mesmo os Conselhos Consultivos das Unidades de Conservação, impôs ao quadro de servidores da no dia 14 de agosto, transferindo a diretora da reserva, a bióloga Maria Carmem Sestren Bastos, e o subgerente, Osmar Oliveira, para um setor de fiscalização na secretaria. Em nota, a SMAMS disse que o ”remanejo dos servidores, além de atribuição inerente aos gestores, visa à melhoria dos serviços oferecidos à população”. Mas a comunidade local, satisfeita com o trabalho e o empenho que os servidores demonstraram ao longo dos anos, duvida que o trabalho que vinha sendo cumprido tão bem possa ficar melhor e reclama da falta de diálogo por parte da prefeitura, já que a mudança pegou a todos de surpresa, trazendo a preocupação que todo o trabalho desenvolvido não apenas na reserva do Lami, mas também em outras UCs, como o Morro São Pedro, seja desfeito após anos de construção junto às comunidades

Depois do encontro, um conjunto de entidades – como o Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (INGÁ), a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN), o Coletivo Madre Tierra, o Instituto Econsciência, o Programa Macacos Urbanos da UFRGS, o Centro de Estudos Ambientais (CEA), o Núcleo de Ecojornalistas (NEJ), a Associação de Moradores do Lami e os Movimentos Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente (MoGDeMA), Justiça e Direitos Humanos (MJDH), Preserva Zona Sul, Preserva Belém Novo e Preserva Arroio Espírito Santo, entre outros – manifestou apoio e organizou uma petição on-line para que a SMAMS reveja, com urgência, a decisão unilateral da transferência de Maria Carmen e Osmar Oliveira (disponível em https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR117119). Segundo Ana Felícia Trindade, do Coletivo Madre Sierra, Carmem tem uma atuação muito forte na região, denunciando as invasões feitas em terra indígenas.

Depois de realizar um abraço simbólico na reserva, foi agendado um novo encontro no local no dia 23 (domingo), às 10h, para discutir formas de manter o trabalho que já estava sendo realizado e realizar um novo abraço coletivo – todos devidamente afastados e mascarados em função da pandemia novamente.

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