Nos últimos dois meses, os casos de COVID-19 voltaram a crescer rapidamente em Porto Alegre. Aquela sensação de alívio, provocada pelo afrouxamento das regras, durou pouco. Durante monitoramento ambiental do vírus nos esgotos da capital e região metropolitana, a presença do coronavírus já foi encontrada em todos os pontos de coleta, revelando a alta disseminação que está ocorrendo em várias regiões. De outubro em diante, a transmissão acelerou, principalmente entre os mais jovens, que são os pacientes que menos evoluem para casos críticos e, talvez até por isso, não têm tomados os cuidados suficientes para frear as contaminações, frequentando festas e indo às praias sem máscaras e sem respeitar o distanciamento mínimo necessário, esquecendo-se que não vivem em uma bolha, que têm familiares de mais idade e do grupo de risco e que, mesmo estando assintomáticos, podem levar o vírus para casa. Como se sabe, a letalidade do coronavírus é maior nos doentes acima de 60 anos, embora muitos jovens também cheguem à óbito.
Os hospitais estão, novamente, chegando às suas capacidades máximas de leitos de UTI ocupados e o número de médicos, enfermeiros e técnicos capacitados estão ficando mais reduzidos, uma vez que muitos tiveram de se ausentar até por contaminação do COVID-19. A vacina para imunização ainda deve demorar alguns meses para chegar, e até lá cada um de nós é responsável pelo andamento da pandemia nas próximas semanas em todo o Brasil. Com as festas de fim de ano se aproximando, o ideal seria que as famílias pudessem comemorar apenas entre as pessoas que residem na mesma casa, pois, se tudo der certo, teremos ainda muito tempo para poder festejar a família inteira e todos aqueles que amamos.