Com as enchentes de maio e junho de 2024, ficaram evidentes alguns aspectos sobre o nosso bairro Guarujá. Ficamos sabendo que, até a metade do século passado, as áreas que foram alagadas eram, na verdade, um mangue, área de transbordamento do Guaíba, quando em cheia. Agora, temos este mangue aterrado e nossas casas construídas. Infelizmente, tudo foi feito sem o conceito de preservação ambiental e sim com o conceito de impermeabilização das áreas.
É fácil verificar a pouca quantidade de árvores plantadas em nossas calçadas e pátios, por diversos motivos. Durante os dias da enchente, observei que o meu terreno foi bem pouco invadido pela água, porque tenho árvores na calçada e uma floresta plantada em torno da minha casa, o que não se repete muito na vizinhança.
Como tudo tem solução, podemos nós, a sociedade, fazer algumas coisas para transformar esta situação que, em função da crise climática, impermeabilização dos solos, usos e costumes não muito sustentáveis, trouxe impactos terríveis aos moradores do bairro. Aqui, no nosso bairro, temos espaço para esta adaptação. Vamos plantar juntos?
Este conceito é amplamente utilizado em diversas cidades ao redor do mundo. São as chamadas cidades esponjas, que possuem um conjunto de soluções baseadas na Natureza. Uma destas soluções é a criação de corredores verdes nas nossas calçadas e pátios, com plantio de árvores nativas adequadas a cada espaço. Cidades esponjas são projetadas ou adaptadas para que a água da chuva permaneça e seja absorvida no local onde ela cai, com sistemas de drenagens verdes e sustentáveis, reduzindo os danos de alagamentos, inundações e enchentes.
Lígia Miranda
Moradora do bairro Guarujá
Participe: envie sua opinião para
jornal@jornalecao.com.br ou pelo facebook.com/OJornalecao